Prisão de ventre: sedentarismo pode ser gatilho para o distúrbio
Proctologista dá detalhes sobre a patologia e dicas de prevenção
Por Thalis Araújo
Desconforto, fezes partidas, gases e barriga inchada são algumas das características mais comuns da prisão de ventre, que consiste na dificuldade de evacuar. Geralmente, a patologia deve ser levada em consideração quando há o intervalo de mais de três dias entre uma e outra evacuação. Isso também depende da quantidade de comida ingerida e outros parâmetros. Esse distúrbio se divide em dois: alto e baixo.
Pode ser considerada como uma prisão de ventre alta ou intestinal é a que o paciente não consegue ou se queixa de um longo tempo sem conseguir evacuar. Isso vai distender o abdômen e causar cólicas. Na prisão de ventre baixa, a digestão se processa normalmente, mas a pessoa não consegue expulsar as fezes normalmente. Ela se queixa de dejetos partidos e não sabe o que fazer para concluir o processo.
Quem sofre mais
A proctologista Renata Coutinho, do Hospital Jayme da Fonte, avalia que muitas crianças e adolescentes são acometidos com a prisão de ventre mais intensa. Contudo, ainda segundo ela, o público mais atingido é formado por pessoas que têm entre 50 e 60 anos.
"São atingidos porque param de fazer atividades físicas, têm uma vida mais sedentária, e isso interfere muito no processo de evacuação. O tipo de alimento que a sociedade atual está priorizando também diz muito sobre isso. Com a medicina [avançada] que a gente tem, hoje em dia, todo mundo tem que procurar o médico, pelo menos, todos os anos, para dizer o que está sentindo. Assim, a gente vai poder suspeitar de algo e solicitar os exames de rotina. Tem pessoas que estão com os exames em dia e não sentem muita coisa, mas a gente precisa avaliar detalhadamente para corrigir os problemas, a partir do que elas contam", frisou ela.
Medicações
Embora possa auxiliar na recuperação do indivíduo, o uso de medicamentos deve ser observado com cuidado por parte das pessoas. Automedicação e o uso indevido de laxantes para emagrecer, por exemplo, podem ser inimigos dos pacientes que têm prisão de ventre.
"Não precisa usar laxantes para emagrecimento. O que precisamos é corrigir a prisão de ventre. Em 99% dos casos, se resolve com alimentação equilibrada com muitas fibras, água em quantidade suficiente, ou seja, três litros por dia, e atividade física regular, que funciona corrigindo a flacidez abdominal e perineal, fazendo com que a prensa abdominal e a força de expulsão do períneo sejam corrigidas e, além de tudo, acelera o metabolismo, esvaziando o intestino de forma mais adequada", complementa ela.
"Essa quantidade de água é indicada, hoje em dia, por conta do nosso calor demasiado. A gente também perde muita água, através da respiração, do suor, da evacuação e da diurese. Então, se essa pessoa toma pouca água, não vai sobrar água para o intestino, e aí, não vai ser possível evacuar, finalizou.